Explosões

Eu nunca soube ao certo o que eu "queria ser quando crescer".
Isso era um problema que me assolava, porque até os seis anos eu sempre dizia que seria astronauta, veterinária, médica, professora e caixa de supermercado (acreditava que poderia ser tudo isso ao mesmo tempo... Ah, a infância!).

Os anos se passaram e eu continuei com a tal dúvida "o que eu queria ser"?
Depois de muitos tiros no escuro, conclui que não poderia fugir do inevitável: acordar dia após dia rodeada por tantos livros e fazendo do café o combustível que me leva através das noites insones, não poderia ser apenas obra do acaso.

Havia algo de "escritor" em mim.
Algo de amar palavras e brincar com elas, algo de tomá-las por remédio e consolo.

E escrevi.

Textos alguns, que se fizeram cama para que eu pudesse deitar meu cansaço. Nestes dias eu me encontrei.
Não almejo ser uma grande escritora, não me vejo sendo nenhuma das grandes mulheres que são donas de livros e escritos incríveis os quais venho lendo desde que me entendo por gente.
Só quero escrever sobre o que não cabe em mim, sobre o aglomerado de palavras que explode cada vez que me pego com o papel por perto, e de repente a mão coça.

E depois vem o alívio. Nunca penso muito sobre o que escrever, na verdade, comigo tudo explode. E logo vejo os fragmentos em forma de verso, texto e poesia.

Creio que se muito pensasse, não escreveria.
Minha coragem se dá assim, como quando eu tinha 9 anos e as aventuras na casa de minha vó eram infinitas, exatamente como os dias de Sol num verão que parece nunca acabar.

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